domingo, 14 de agosto de 2011

AS MONTANHAS DE BUDA – Javier Moro

Para quem esta à procura de um bom livro, o livro “As montanhas de Buda”, pode ser uma grande pedida. Durante a leitura podemos sentir o crescimento espiritual a medida que se faz reflexões perante as dificuldades enfrentadas nos relatos das protagonistas do livro. Uma lição de vida, de perseverança, de paz, amor à pátria e a cultura de um povo que não desiste jamais. Senti muita emoção e vergonha lendo este livro. Pois temos tanto ao nosso redor e pouco valor damos a tudo. 

O livro conta a história real da trajetória de duas monjas tibetanas em sua fuga pelas montanhas do Tibet.  Diante das injustiças da repressão chinesa estas duas monjas foram presas apenas por gritarem “viva o Tibet livre!!” ao verem um senhor idoso ser espancado por membros do exército chinês.
No livro que é escrito pelo espanhol e repórter Javier Moro (autor de Paixão Índia e O sári vermelho), você acompanha os relatos de Kinsom e Yandol na prisão de Gutsa. Seu calvário dura 03 anos. Ao saírem, juntando-se a um grupo de refugiados, elas vão atravessar a pé o Himalaia, enfrentam diversos perigos: as patrulhas chinesas, o frio, o cansaço a fome e o medo até encontrar o dalai-lama no exílio, em Dharamsala, na Índia. 

Paralelo ao relato das monjas, Javier Moro vai contando a história de Tenzin Gyatso. Desde sua descoberta como o 14° dalai lama, sua vida, sua luta pela liberdade do povo tibetano até seu exílio na Índia.
O livro conta passagens interessantes, como por exemplo quando o dalai-lama na angústia ao ver seu povo sofrer questiona-se como Ghandi teria lidado com essa situação, como gostaria de ser como Ghandi que conseguiu libertar seu povo evitando derramamento de sangue; ou em outro episódio em que uma criança ao se ver perseguida por um soldado chinês com a arma em mãos tropeça e a cena seguinte é simplesmente impressionante, ao contrario do que ocorreria em outros lugares do mundo a criança pegaria a arma e atiraria contra o soldado, mas neste caso, a criança pega a arma e começa a bater nela contra o solo até destruí-la, lembrando o fato de libertar-se sem usar de violência.
Para os que estão dispostos a uma leitura para adquirir mais conhecimento sobre a situação do Tibet e o que enfrentou e enfrenta esse povo, esta é uma boa sugestão de leitura

Um comentário: