domingo, 11 de setembro de 2011

A NOITE PASSADA SONHEI COM A PAZ



Procurando um novo livro para ler baseado em uma história real, me deparei com este livro " A noite passada sonhei com a paz". O livro é na realidade um diário escrito por uma médica " Dang Thuy Tram, durante o conflito da guerra do Vietnam.
No começo achei meio estranho ler um "diário", mas a forma como ela descreve as situações que passa, seus conflitos emocionais, duvidas, crises sentimentais e principalmente a narrativa das situações que lida no dia a dia da clínica são impressionantes e cativantes. É triste ver que episódios como este da guerra do vietnam ainda se repetem hoje. Quantas famílias, sonhos e amores são destruídos pela guerra. Ler este livro me fez refletir um pouco sobre o que passa as famílias que vivem nos locais de conflitos armados. Do medo que se encontra nas ruas, no medo do que será o amanhã... 


Pra quem quiser saber um pouco do dia a dia, de quem passou por isso, este diário da uma boa ideia. Temos apenas a visão norte-americana contada em filmes sobre o conflito da guerra do vietnam, e este livro o colocará do outro lado da história, no dia a dia desta jovem médica, apaixonada pelo seu país, pela sua profissão e dever e pelos seus irmãos que a todo custo tentavam defender seu país. Ela descreve noites em claro tratando de feridos sem equipamentos e medicamentos adequados, da sua angustia pelo sofrimento de seus pacientes a quem ela trata com tanto carinho como se fossem irmãos, ela descreve os massacres às aldeias e ao seu pais e a luta de seus irmãos pelo sonho de liberdade.


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Dang Thuy Tram tinha apenas 24 anos quando, em dezembro de 1966, deixou a casa dos pais rumo ao sul do país, até a pequena aldeia de Quang Ngai, para trabalhar como médica voluntária durante a Guerra do Vietnã.


O livro começa um ano depois de Thuy chegar ao hospital de campanha da Frente de Libertação Nacional. O diário com as anotações sobre os doze primeiros meses da jovem no sul se perdeu. Lá, em meio a aldeias arrasadas por intensos bombardeios,Thuy era a única responsável por gerenciar a clínica, tratar dos feridos e dar aulas aos aspirantes à medicina, ainda mais jovens que ela, a quem tratava como irmãos. Ela também participava ativamente das reuniões do partido comunista, do qual aspirava se tornar uma líder ativa. As anotações do diário foram feitas nos intervalos entre as diversas atividades da jovem médica, em enfermarias, trincheiras e abrigos subterrâneos.
Em seu diário, Thuy salta da análise política para observações pessoais, da confissão para a reflexão. O tom e o ritmo da narrativa acompanham suas mudanças de ânimo e humores. Ela usa belas metáforas para descrever a dor da perda em meio à guerra – “a vida se estende diante de mim em mil pedaços de amor, esperança e inveja”. Faz avaliações duras, muitas vezes injustas, sobre suas próprias fraquezas: - ‘ah, Thuy, sua garotinha! Você ainda é uma criança, você deixa que os sentimentos se sobreponham à razão’. Logo depois, ela tenta se animar e escreve palavras de encorajamento para ela própria: – “permaneça calma e firme sabendo que está certa” .

São reflexões como esta que nos deixam pensativos. Será que eu teria a mesma força e coragem que ela? Você esta preparando pra passar por tantas privações em prol da libertação do seu país. Esta disposto a isso tudo pelo seu amor aos seus compatriotas??? Deixar tudo para trás, casa, família e ir ajudar aos outros??? Sem medo da morte? que a espreita pelos campos de batalha??

Ainda não terminei de ler o livro, mas cada página virada, cada dia descrito no livro, me fazem passar por estes questionamentos. Serei eu tão egoísta, a ponto de querer tanto pra mim sendo que temos tantas pessoas passando por tanto sofrimento e com tão pouco neste mundo. Como abrir meu coração para poder estar mais próximo de quem precisa de ajuda....

Querida Thuy, ainda não terminei de ler seu diário, mas ja sou seu fã....esteja onde estiver, continue com essa sua paixão pelas pessoas, continue ajudando a quem necessita...


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