segunda-feira, 21 de novembro de 2011



Frei Rogério
Colônia Celso Ramos

Em 2002 resolvi conhecer alguma colônia japonesa em Santa Catarina. Por acaso do destino, no dojo onde eu praticava Aikido, havia uma garota de Frei Rogério, coincidentemente da 1° colônia japonesa de Santa Catarina. Ela compartilhava do dojo com meu professor onde ela ensinava Kendô nos intervalos de sua faculdade. Ao seu convite fui para Frei Rogério participar do Sakura Matsuri e fiquei hospedado na sua casa.
                 Vista aérea do Parque


Dojo de Kendô
                 Vista do Sino da Paz

         Sino da Paz
 (Sua forma é uma abstração do pássaro Tsuru)

Minha primeira impressão foi ficar maravilhado com a beleza natural do lugar. Ao atravessar a ponte e entrar no Parque Sakura me senti entrando em outro mundo. Além da beleza natural da floração das Cerejeiras, o cuidado e limpeza do parque me impressionaram muito.  As apresentações durante a festa foram ótimas e poder conhecer o dojo de kendô, este o primeiro do Brasil foi uma grande satisfação, ainda mais depois de saber que os praticantes de kendô, filhos dos integrantes da colônia já haviam conquistado as colocações de 2° e 3° lugar em competições mundiais, demonstrando a força destes imigrantes.

Apresentação de kendô


Fiquei hospedado por dois dias na colônia e pude compartilhar um pouco do modo de vida e de ser destes Isseis (imigrantes japoneses de primeira geração). Voltei para Blumenau muito satisfeito com a experiência e agradecido pela hospitalidade da família Honda que por dois dias me abrigou em seu lar.
Nos anos seguintes organizei algumas excursões e levei alguns amigos para conhecerem o lugar, mais precisamente no dia da festa da floração da sakura (Sakura Matsuri). Fiz isso por uns 03 anos seguidos, depois por estar envolvido com minha graduação, profissão e demais coisas que faço em paralelo acabei deixando de visitar a colônia.




Em 2008 minha vontade de conhecer mais sobre mim e meu fascínio pela cultura japonesa me fizeram ir a São Paulo e Maringá. Participei de muitos eventos e fiz muitos novos amigos, e em 2009 resolvi voltar a Frei Rogério para ver como andavam as coisas por lá.

Novamente minha paixão pelo lugar falou alto, apesar do tempo, toda aquele fascínio que tive a primeira vez em que Lá estive voltou. O lugar mudou um pouco, ganhou uma casa de forma octagonal e um portal na entrada do parque. Um mudança singela em 7 anos.


Casa octagonal 
(Yumi dono)




Desta vez comecei a ver o parque com outro olhar, e me surgiu um pensamento de como eu poderia contribuir para manter toda essa natureza, essa cultura e preservar essa história para que mais pessoas pudessem ter esse sentimento que eu estava tendo pelo lugar. Como estava às vésperas da minha conclusão de curso em arquitetura e urbanismo resolvi que uma revitalização do parque, com ênfase na preservação da história, cultura, memória e preservação da natureza poderia ser meu tema de trabalho de conclusão do curso, mas isso não seria o suficiente, teria que entrar no projeto do parque uma forma de gerar renda para as pessoas da colônia, para que não houvesse o êxodo rural.


Em 2010 entrei em contato com uma outra garota da colônia que intermediou uma reunião com os diretores do parque. Na reunião expressei minha paixão pelo lugar e que eu estava disposto a fazer um projeto de revitalização do parque e este seria meu presente para eles. 
Começou então a partir deste momento uma nova amizade e uma nova paixão pelo parque, pois agora eu estava me envolvendo com as pessoas do lugar, e a simplicidade, amizade e pureza destas pessoas que passei a admirar fizeram com que eu me apegasse mais ainda ao lugar.


Hoje viajo regularmente à Frei Rogério, onde em cada visita discutimos algum aspecto da revitalização do parque. Cada viajem é um encontro com a natureza, um encontro comigo mesmo e um encontro com pessoas que vieram de muito longe, batalharam, suaram e conseguiram fazer deste lugar o seu lar.





                            Portal de Entrada do Parque









                                     

Dedico esta postagem a vocês queridos amigos da Colônia Ramos de Frei Rogério, pelo carinho que tem me recebido, amizade e companherismo. Temos um longo caminho pela frente, e um grande compromisso com a história e a natureza deste lugar.


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